quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Mulher real


Escrever-te-ia inúmeros sonetos
Com versos decassílabos
Deleitando-me de vocábulos
Classicistas e eloqüentes.
Escrever-te-ia lúdicas e sublimes
Oratórias do topo
Da Torre de Marfim
Como um ourives
Em sua profissão de fé.
Escrever-te-ia se sua imagem
Fosse apenas um idílio,
Uma forma vazia,
Uma terna ilusão!
Escrever-te-ia...
Mas não!
Te escrevo em versos livres
Sem regras e rimas
Numa linguagem
Que só a gente conhece.
Te escrevo acordado,
Olhando em seus olhos,
No suor e na fricção
Dos nossos corpos.
Te escrevo de pés no chão,
Alma solta ao vento
E ao tempo.
Te escrevo!

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