sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Ruínas vivas.
Ruínas vivas de um ser.
Vozes distantes que incomodam o que sobrou da torre do castelo.
Não há mais rei nem rainha.
As cartas foram todas rasgadas.
O musgo tomou conta dos contornos do picadeiro.
Não há mais platéia nem aplausos.
A cortina já se fechou.
E o que resta agora são ruínas.
Ruínas vivas que sufocam.
Não há mais espetáculo.
O que sobrou foi apenas o “sim senhor”.
Senhor dos dias.
Da dor latente, incessante que não pensa em prescrever.
Sim senhor!
A cortina já se fechou...
E o que paira é apenas o que sobrou do ser.
Ruínas...
Ruínas vivas que sufocam
Que apaziguam e atormentam o ser.
Uma dupla negação.
Que constrói destruindo o que sobrou das ruínas.
Que transpõe a razão e retorna a gênese linear.
Lógica ou sentido para a errância do vir a ser.
Abertura, não velamento.
O espaço de jogo do tempo abre-se para busca de um lugar.
Irreal, metafísico ou quem sabe sem dor.
Para assim transgredir as imposições do sim senhor.
E tentar reconstruir o que sobrou das ruínas vivas de um ser.
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