sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Reflexos de um som


Às vezes me pego observando o silêncio.
Tão previsível e comum quanto o som.
Em suas formas irregulares e cores desbotadas vejo um duplicador.
Como um espelho quebrado que reflete imagens fragmentadas.
Como uma consciência atormentada que reflete as imagens daquele som.
Às vezes me pego observando o silêncio.
Silêncio plural...
De vozes que não vejo, mas estão dentro de mim.
Fragmentadas como aquelas imagens...
Desbotadas pelo tempo quebrado.
Perdidas, errantes assim como o seu hospedeiro.
Às vezes me pego observando o silêncio.
Fico parado para ele não se assustar.
Penso em cores no singular.
Em palavras difíceis de pronunciar.
Sinto que ele fica perdido mesmo sabendo que mora em mim.
Sinto que ele fica homogêneo, singular.
Que tenta se moldar para poder se fazer presente.
Que tenta se calar para poder me ouvir.
Às vezes me pego observando-me...

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