sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DANI


DANI-se as nomenclaturas.
Que se DANI as convenções sociais.
Quero ver a hora da estrela.
Quero ver sua essência no céu.
DANI-se a distância.
Que se DANI se eu estou sempre atrasado.
Quero a claridade da vontade.
Quero a luz da vaidade.
A salvação é só pelo risco.
Já disse a dona da clara vontade.
Ouço pela sua voz passagens de textos iluminados.
Sentado num jardim sem flores vejo você brilhar.
Impossível uma estrela enganar todo mundo.
Mesmo que esse todo mundo seja apenas eu.
DANI-se quem por mim já passou.
Que se DANI a letra G que você a todo instante gosta de me mostrar.
Quero o gosto do biscoito de chocolate.
Quero o banho de gato.
Mudar a todo instante.
O rumo do meu passo e quem esteve do meu lado.
Que se DANI ou quem sabe eu me DANI.
Mas, sempre DANI.



Obs:A foto do poema DANI não foi feita por George Vallestero.

sábado, 14 de novembro de 2009

Ser tão...


Ser...
Ser tão...
De papel.
Conforme a necessidade e o desejo.
Ser...
Ser tão...
Um papel.
Amassado, rabiscado com qualquer bobagem.
Um caracol de vontades.
O glamour das asas é efêmero.
Lembranças de Kafka e do tempo de largata
Ser...
O outro do outro que tenta conter
Aquela lágrima que persiste em percorrer
A face de um rosto cansado de ser...
Ser tão...
De papel.
Com hora certa para partir.
Ser tão...
Um papel.
Aproveitado só pela metade.
Uma linguagem que só a gente entende.
Às vezes não sabemos, mas desconfiamos.
Lembranças de Rosa e do tempo das veredas.
Ser...
A caneta louca que quer escrever
Mudanças, viagens, novidades qualquer
De algo ou alguém cansado de ter e ser...
Papel.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Pela ordem"



O que há de errado com o nosso enredo?
Muitas vírgulas sem um ponto final.
Diálogos de olhares.
Silêncio total.
O que há de errado com o nosso texto?
Muitos conflitos com poucos dias de paz.
Convivência ensaiada.
Ironia de Assis.
O que há de errado com a gente?
Dois corpos esquecidos dentro de nós.
Às vezes acendo velas só para que possam diferenciar nossas vozes.
Espio a janela.
Vejo a vida acontecer lá fora.
O que há de errado?
Entre a poesia, o vinho e a virtude.
Um grito atordoado.
Uso termos do seu mundo.
Pela ordem ou quem sabe para não ouvir sempre as mesmas coisas.
As bocas se repudiam.
As pernas se cruzam.
Não há excesso ou crime para nós.
O que há?
De ser morto ou esquecido.
Seres errantes sem raízes.
Quase ciganos que se enganam.
Unidos pelo o vício.
De não serem um, nem muito menos dois.

sábado, 7 de novembro de 2009

Fechei os olhos.



Fechei os olhos para não ouvir o som da despedida.
Embebedei-me com meias verdades para suportar a dor do silêncio da ausência.
Fechei os olhos para não sentir o gosto do desencontro.
Comendo as primeiras estrelas e ferindo o tempo observo o para sempre terminar.
O firmamento de um fim de tarde que aos poucos vai se afastando de mim.
Fechei os olhos só para não ver a noite chegar.
Mente e consente que apesar dos contornos quentes e envolventes não há vagas para nós.
Paradigmas do outono que decreta o fim das velhas folhas e trilha um novo caminho.
Seja feliz em qualquer céu, mesmo sendo réu ou jogando os dados.
Fechei os olhos para poder ver você partir.

domingo, 1 de novembro de 2009

Consequência de um norte.



Guardado no peito.
No silêncio do desejo.
Esquecido no tempo.
Na dualidade do sentimento.
Entre os olhos e as lembranças...
Apenas um suspiro!
Largado pelos cantos.
Na ironia do acaso.
Entregue ao relento.
Na severidade do inverno.
Entre a lágrima e o chão...
Apenas um destino!