quarta-feira, 4 de julho de 2012

Correntes singulares



Necessito aparecer,
Sair de dentro de você.
Anseio por te ter
Fora do meu corpo
Porque não sei quem sou
Quando estás em mim.
Mas quando não estás,
Encontro-me abalado
Nos resquícios do que fui.
Não sei  quem sou por querer ser para você.
Não sei o que sou quando vejo o seu ver.
Sou medo, pavor de dor.
Coloco-me a mesa como copos num dia comum.
Copos que no fundo são apenas um.
Por mais que desejo a partida,
Parte de mim que ficar
Dentro de você,
Dentro de nós,
Ou em qualquer lugar.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

O amar



Nem no tempo futuro,
Nem no passado imperfeito.
Muito menos no tempo atual.
Não dá mais!
Desisti de tentar conjugar o verbo amar.
Resolvi substantivá-lo,
Transformá-lo em coisa concreta
Ou qualquer outra coisa que se possa sentir,
Que se possa tocar e, sobretudo quebrar.
Só para tê-lo
Por alguns instantes nas mãos.
Só para vê-lo
Conjugado na primeira pessoa do plural
Antes que ele vaze por entre os meus dedos.