sábado, 5 de fevereiro de 2011

Metade



Por que metade é o que me tesa, é o que me testa ou quiçá me resta.
Metade...
Vontade...
Saudade!
O vento, a água, a página virada.
A canção das coisas fugidias.
Apenas o instante.
A oscilação entre o real e a utopia.
Versos que cantam e anseiam aprisionar a esfígie
A aceitação ou a negação do semblante é apenas um detalhe.
Apenas um detalhe distante.
Uma sombra, uma migalha esquecida sobre a mesa.
Por que metade é o que me tesa, é o que me testa ou quiçá me resta.
Metade de um dia que se despede e proporciona o crepúsculo da nostalgia.
Um horizonte lusco fusco.
Gosto e cor de terra.
Pura melancolia ou na melhor das hipóteses...
Uma cama vazia.
Por que metade é o que me tesa, é o que me testa ou quiçá me resta.
Pela janela entre aberta vejo apenas a metade do por do sol.
A outra...
Já não me pertence mais.
A outra...
Perdeu-se na canção do instante.
Nos devaneios de uma idealização sagaz.
Por que metade é o que me tesa, é o que me testa ou quiçá o que me resta.

Um grito de liberdade


Meu coração está faminto!
E em versos livres sem elementos de coesão, tenta encontrar...
Um sentimento, um abraço qualquer que traga lenha para a fogueira do descontentamento de uma madrugada vazia.
Venha do firmamento e passe o equinócio das flores ao lado do genoma que personifica e dá nexo à escrita.
Venha como o vento, pois os moinhos há tempos não moem mais o trigo.
Meu coração está faminto!
Fracionado entre a lembrança e a esperança, querendo atar no tempo presente sem carregar pesos e bagagens desnecessárias.
Perpendicular a uma trajetória curvilínea perco o meu norte e me guio pelas luzes brilhantes que vêm do céu, mas a maioria delas há tempos já não existem mais.
Venha como sinfonia e traga um toque de graça para a minha valsa solitária.
Venha do choque entre as esquinas e o acaso, pois já possuo todas as perguntas para as suas respostas.