quarta-feira, 30 de maio de 2012

O silêncio da Bela




Carregas o sentimento mudo.
Areia no ar. Olhar turvo, laminal.
Suspiro... Atitude providencial.
Lábios de segredo. Outro mundo

Entre nuvens soltas construído
Sem palavras – Paraíso artificial.
Atravessá-lo?Caminho fatal!
Traumas oriundos do meu descuido.

Chão de pétalas. A cada passo
Ouço o silêncio das tuas lágrimas
Em inconstantes ondas. És vossa

A face que vejo com magoas?
Liberta-te deste tempo laço
Sem prêmio. Teu nome, oh Bela, falas!


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Fuga




Rasgas a poeira do tempo.
Na margem dos teus cílios
Uma nascente. Idílios
Caem nesse espelho. Vento!
Que leva a ausência. Lento
Resíduo a vagar em rios
De lembranças. Filhos!
Do teu silêncio. Um mundo
Sem muro. As horas fogem
De um coração sem fundo.
Incerto passo: Viagem...
Um labirinto rindo
De ruínas sem coragem.



segunda-feira, 7 de maio de 2012

"Noite"



Faca, palavra concreta,
Que parte como o vento
Dando cor e forma
Para a sua dor.
Uma nascente universal
Trilha os seus vestígios
Até uma cama
Sem casal.
Uma mulher resignada declama
Orações decoradas, ensaiadas
Para esse encontro casual.
Sobre a sua cabeça:
O que sobrou das estrelas.
Entre os seus dedos: o tempo!
Que converge como seu pranto
Enquanto à noite, a evocada,
Cai...