sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ruínas vivas.


Ruínas vivas de um ser.
Vozes distantes que incomodam o que sobrou da torre do castelo.
Não há mais rei nem rainha.
As cartas foram todas rasgadas.
O musgo tomou conta dos contornos do picadeiro.
Não há mais platéia nem aplausos.
A cortina já se fechou.
E o que resta agora são ruínas.
Ruínas vivas que sufocam.
Não há mais espetáculo.
O que sobrou foi apenas o “sim senhor”.
Senhor dos dias.
Da dor latente, incessante que não pensa em prescrever.
Sim senhor!
A cortina já se fechou...
E o que paira é apenas o que sobrou do ser.
Ruínas...
Ruínas vivas que sufocam
Que apaziguam e atormentam o ser.
Uma dupla negação.
Que constrói destruindo o que sobrou das ruínas.
Que transpõe a razão e retorna a gênese linear.
Lógica ou sentido para a errância do vir a ser.
Abertura, não velamento.
O espaço de jogo do tempo abre-se para busca de um lugar.
Irreal, metafísico ou quem sabe sem dor.
Para assim transgredir as imposições do sim senhor.
E tentar reconstruir o que sobrou das ruínas vivas de um ser.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O seu vento.


O seu vento...
Uma arma perigosa apontada para o infinito.
Que leva tudo que não é factual
Que transpõem toda a não percepção que paira no ar.
O seu vento ou quem sabe o seu medo.
Personagem caricato, quase onipresente.
Que faz poeira do pó.
Que leva embora seus fantasmas e desejos.
O seu medo.
Sagrado e profano.
Cultivado no silêncio.
O seu vento, déspota da razão, um fio condutor para o além do ser.
Raras são às vezes em que a distância conforta a ausência das palavras.
Qual a razão para quereres a praça, minimizar o macrocôsmico e criar um infinito limitado pelos seus medos?
_ O seu vento!
Que faz poeira do pó.
Que vaza pelos seus dedos.
Como conter o tempo?
Doce ilusão...
Só resta o medo.
Um viés para o seu vento.
Que leva tudo que é alegórico.
Que mistura todos os sentidos.
Uma irônica sinestesia.
O seu vento!