quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Izambrêia.




Corre a dança, acende a vela.
Ajoelha na ardósia e olha para o céu.
Os quatros cantos da sala purificam a alma.
Sobre o altar eles observam.
Tocos espalhados pelo chão não há mais cativeiro.
Lençóis brancos que cobrem e protegem os corpos.
Seus filhos têm os pés firmes no chão.
Cravo mascado, cheiro de alfazema no ar.
Ritmo acelerado, coração disparado.
Orgulho e respeito com quem acaba de chegar.
Vermelho, preto, branco as cores se misturam.
Aquarelas de esperança, bongô a soar.
Cantigas de tempos longínquos, caridade a se realizar.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Tatuagem


Ter o poder de contradizer o interdito, o que ficou das cores
Que eu não usei.
De construir a minha voz em meio a essa turbulência.
De encontrar nas entrelinhas do silêncio o vir a ser.
Nesses versos meus, tão seus...
Tão nus, crus.
Sem métrica, ritmo ou rima.
A flor da pele como uma catarse ou quiçá como uma tatuagem.
Estimidade efêmera.
Uma estranha no ninho.
Meus olhos conseguem vê-la
Minhas mãos não podem tocá-la.
Saio flanando todo errôneo.
Ninguém me leva...
Vou rabiscando o chão do meu desejo.
O céu sobre a minha razão é como uma tampa de um caixão.
Os dias assim como eu passam como a chuva
Que cai sobre os velhos telhados,
Como uma página virada de uma história mal contada.
Nesses versos meus, tão seus.
Tão nus, crus.
Sem métrica,ritmo ou rima.
A flor da pele como uma catarse ou quiçá como uma tatuagem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Poemas etílicos



Poemas etílicos 1

Falo de coisas que somente eu vejo.
Talvez esteja influenciado por vozes que até então não conheço.
O bar, bar que esgota minha vida.
Madrugada, sexta feira alterada.
Marina me espera...
O homem que aparece na TV me induz a tentar outra vez.
Meus olhos só conseguem ouvir o tic-tac do relógio que parado, empoeirado me apressa.
A fumaça do cigarro sufoca os olhos.
O gosto do copo de plástico.
Coisa alguma tudo é coisa.
A liberdade tem o seu preço.
Às vezes não damos conta de quitá-lo.
Pessoas entram e saem desse salão.
Feche os olhos, pois acabou a prisão.


Poemas etílicos 2

Sexta feira eu me esqueço...
O acaso é irônico.
Cai o tempo entre os olhos.
Nunca mais os voltei para trás.
Quase um alumbramento.
Pena que não sou um Bandeira.
Um copo, álcool e nada.
Sempre sem ponto final.
Personagens comuns como nós.