sexta-feira, 24 de abril de 2015

Talvez seja sentimento ou quiçá apenas desejo!



Querer-te entre tantas cousas e colchas
Roliças de renda ou de seda.
Ver-te e ter-te entre folhas e ramas
Na cama de hospedes ou quiçá na tábua corrida
Forrada com nossas roupas para receber nossos corpos
Desnudos de mágoa ou ressentimentos,
De vergonhas ou fingimento!

Desejar-te entre tantos braços e abraços
Apertados de tensão ou de tesão.
Sentir-te e ouvir-te entre gemidos e suspiros
Na despedida ou quiçá na chegada
Das fortes contrações que embalam nossos corpos
Envoltos em saliva e lágrimas,
Em suor e gozo!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Insônia



Pinga a pia,
Esvazia a garrafa,
Destila a caneta várias ironias.

Acende a luz,
Sente o azulejo frio,
Canta frases sem rimas.

Desenha no escuro
Círculos de nicotina.
Embala o corpo
Em uma cama vazia.

Pesa a cabeça,
Fecha os olhos,
Mão sozinha:
Noite fria.

Horas que não passam,
Por isso ora pro santo,
Ora vira pro canto.

Pelo gargalo da garrafa,
Pelo ralo da pia,
Em redemoinho:
Palavras...

domingo, 12 de abril de 2015

Crime perfeito



Dos lábios escarlates, furtou um sim...
Roubou-os sorrateiramente
De uma mesa cheia de (des)conhecidos
Entre cigarros, garrafas e copos vazios...
Tomou-lhes de assalto,
Apoderou-se do seu gosto, do seu rosto, do seu corpo!
Um fora da lei:
Ladrão de sins, beijos e corações!
Um estrategista implacável:
Construtor de diálogos, cenas e situações!